segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Na tal conversa catártica surgiu isto...

"Mas és tu que caminhas, são as tuas mãos que tocam nas nossas. Tu existes. Só isso é a coisa mais importante de tudo"
N.M.
Nada mais é preciso dizer!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O que escrever?

O que escrever? Há muito que não o faço! E até devia estar contente, pois tinha chegado à conclusão que só o fazia quando me sentia menos bem. Mas não estou…
Será que a tal “veia” entupiu? Será que o “colesterol da sociedade, da minha vida” se decidiu alojar nas suas paredes, tornando-a quase ineficaz na sua tarefa? Mais uma vez, não sei.
Até tenho sentido medo por esses tais textos, que de um modo geral saíam facilmente, agora serem escassos, mas hoje decidi fazer um esforço. Porventura, um esforço inglório por ser forçado, forjado, pouco natural.
Agora que releio este texto, à medida que cresce, salta-me na mente e à vista a palavra “medo”.
Recentemente, vivi um óptimo momento de conversa, de partilha, de confidências, de amizade acerca deste sentimento. Aquela conversa foi catártica. Revelei nela algo que (quase) inconscientemente guardo do resto do mundo. Não sei bem porque guardo, mas tive a certeza do desejo de o partilhar nessa conversa. Senti que a outra pessoa tinha o direito de conhecer esse meu “jardim secreto”. Senti-me segura e protegida ao fazê-lo. Obrigada!
Mas eu estava no “medo”. Acho que continuo a tê-los, mas estou cada vez mais a aprender a viver com eles.
Comecei este relato com uma dúvida (o que mais poderia ser!), mas termino-o sabendo o que responder a essa questão: escrevo, se necessário para sempre, o valor de “vocês” na minha vida, a importância da presença de “tu” e mais “tu”, nisto a que me habituei chamar de “eu”.
Para sempre caminhando ao vosso lado, para sempre tocando nas vossas mãos… para sempre.

Liliana Matos
23 de Agosto de 2007

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

As coisas mudaram

As coisas mudaram. E como quem tem medo do “novo”, buscas e rebuscas, acabando por te agarrares aos baús…das memórias! Sim, das memórias. As memórias são como cada pedaço do teu corpo. Se tas tirassem deixarias de existir.
Já tentaste tudo, mas não deixas de pensar no passado, não deixas de desejá-lo, não deixas de amá-lo como sendo o teu primeiro amor. Aquele que, por mais voltas que a vida dê, fica alojado para sempre em nós…nas nossas entranhas.
O passado é, para ti, como um vício. Já não sabes viver sem ele. E as memórias são o corpo desse teu vício. Por mais que tentes, elas não te abandonam.
Já tentaste tudo, mas não consegues arrancá-las de ti. Elas sugam-te toda a vontade de enfrentar o futuro.
E tu deixas! Deixas, olhando serena (talvez não!) para isso.
Ajudem-me, por favor! É a única coisa que tu, que agora sou eu, sabes dizer. Nada mais…apenas Ajudem-me!

Liliana Matos
10 De Abril de 2007

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Tenho as mãos frias

Num dia em que realmente tinha as mãos frias escrevi...
Tenho as mãos frias.
Tenho as mãos frias, amor,
e tu nem dás por isso!
Tenho as mãos frias
da distância que nos separa.
Tenho as mãos frias,
da tristeza que me preenche,
enquanto Tu te esvazias.
O Tu que existia dentro de mim,
quer fugir do meu corpo.
Quer partir…sem se importar,
com as feridas que vai deixar.
Tenho as mãos frias, amor.
Tenho as mãos frias da ânsia de te querer,
da ânsia de te procurar em vão.
Tenho as mãos frias, meu amor,
E o coração, infelizmente, começa a querer parar…
por te ver ir…
e com a certeza que nunca mais vais voltar.

Liliana Matos
22 De Março de 2007

sábado, 11 de agosto de 2007

A minha Terra

Num dia de muito sol e muito vento (dois elementos da Natureza que me cativam, que me inspiram)...
Não me canso de olhar, de ouvir, de cheirar, de sentir todo este ambiente que me rodeia.
Esta brisa na cara, tão singela e carinhosa, faz-me bem e, principalmente, feliz. Transmite-me uma paz dourada.
Dourada é a imagem que vejo. Dourada porque o sol bate nas folhas, nos troncos, na terra…e torna tudo luminoso.
Junto ao dourado “vive” o verde da natureza…calma e baloiçante.
Para terminar a tríade colorida, há o azul do céu. Azul que “beija” suavemente o horizonte.
Assim é esta terra onde vivo, onde me encontro, onde me curo de todos os males…
Ela é dourada, verde e azul…É assim que a vejo e a entendo.
Aqui tudo pode ser simples e sem novidade, mas só o é assim para aqueles que não a vivem intensamente…Que não colhem dela a essência da vida.
Esta minha terra é a minha pedra filosofal…pois para além do elixir da vida, dá-me também o da tranquilidade.
Obrigada!


Liliana Matos
29 de Julho de 2006

quinta-feira, 9 de agosto de 2007


“ Por vezes ajudo as pessoas a viver, às vezes ajudo-as a morrer, porém ajudo-as sempre…sou enfermeira”

Reggy, Anderson

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O dia lá fora

Num dia que tinha sido chuvoso do mês de Abril de um dado ano, olhei para o céu e escrevi...
O dia lá fora chorava. Chorava e gritava enraivecido. Depois, de muito barafustar, acalmou. Agora está com um ar calmo. Parece um menino bem comportado, que nada tem a ver com o outro, de algumas horas atrás. Está todo luminoso e com um tom rosado no seu pequeno rosto, de um dia que está a chegar ao fim. Esse dia, que agora parece um anjo, está a preparar-se para desaparecer atrás das montanhas e dormir.
Está calmo. Transmite uma paz capaz de engolir todo o ódio, toda a mentira, toda a raiva e toda a guerra do mundo. Com esse seu singelo aspecto é capaz de os derrotar a todos.
Não precisa de parecer forte ou belo. Apenas tem que ser ele próprio, para conseguir “virar” o mundo e torná-lo um sítio melhor. Na verdade não tem que ser um sítio melhor ou pior, o dia apenas tem que conseguir viver nele feliz para sempre, a sorrir.

Que sejas sempre como o dia!
(Para a Daniela)

Liliana Matos
12 De Abril de 2007

In Memórias - 31 de Junho de 2006

Já escrevi este texto há algum tempo, mas sinto que está quase sempre actual na minha vida.
Quem me dera ter o conhecimento absoluto acerca de tudo! Assim não vivia nesta “ignorância”, nesta “escuridão”!
Por piores que sejam as situações, algo ainda mais constrangedor é o vazio, é a solidão...o nada.
Parece que vivemos só porque o nosso organismo ainda realiza todas as funções vitais. Pois se não as realizasse, já não estaríamos aqui…
É difícil de descrever, mas é o que sinto. Parece que não temos direito à alegria e felicidade…parece que nunca mais chega a meta…parece que corremos sem sair do mesmo lugar…parece!
É como trabalhar no vazio, sem nunca receberes o “feedback” ou recompensa.
Só me apetece parar e descansar! Mas agora é que reparo que ainda nem começou. Vai ser extenuante!
Continuo igual a mim mesma, mas cada vez menos me reconheço. Já não sei como irei reagir…se irei gostar, se não irei aguentar. Como a maioria das vezes “não sei nada acerca de tudo”.
Já não encontro em mim as características de outrora!
Já não me encontro…devo estar a mudar tanto…mas que sentido faz a mudança se, para já, não vejo vantagens!
É angustiante! Mudas e não consegues parar, nem tão pouco controlar!
Pelo menos, eu devia ter alguma palavra a dizer…oh relógio imparável!
Quando decidires parar, se calhar, já serei tão estranha a mim própria, que nem me reconhecerei.
Mas ainda tenho memórias. É a elas que me agarro com unhas e dentes, para não “esquecer-me”.
São elas que continuam a dar algum sentido ao desconhecimento total…
Vou parar para dormir!

Liliana Matos
31 de Maio de 2006
Um dia alguém me disse isto...
achei de uma simplicidade magnífica, de uma beleza esmagadora.
Obrigada, a ti!
“ Como tu disseste eu encaro tudo positivamente, pois a vida é bela. Dá-nos muitos desgostos, mas no fundo temos sempre outra porta, se levares a vida na desportiva e se tiveres calma e enfrentares os problemas com frontalidade e sem dramas… a vida é tão breve para estarmos nervosos com as coisas, por isso o melhor é que tudo seja belo…”

Nuno
(Algures durante o 12º ano – 2005/2006)

Para os 5 Mosqueteiros

Porque a vida nos dá vida, e a minha vida passa pelos meus amigos, aqui está uma pequena homenagem a Eles.
Obrigada por tudo!!
Olá!
Aqui estou uma vez mais “agarrada” ao papel. Faz-me feliz e liberta-me! Aqui posso ser verdadeiramente a Liliana, sem regras, sem máscaras, sem medos.
Espero que não se aborreçam por ouvir estas palavras, pois eu sei que elas podem ser chatas, mas acreditem que são de extrema importância para mim. Cá vai!
Não gosto, e tenho a sensação que nunca gostarei, de despedidas. Mas, como muitos de vocês dizem, isto não é um adeus. Pode ser só um “até já” (…) se todos assim o quisermos.
Adoro-vos aos cinco. Já não concebo a minha vida sem vocês! Pode parecer exagerado, mas acreditem que é verdade.
Jamais esquecerei os amuos matinais da Guida, além do teu ar leve e alegre; o amor que o Nuno tem pela vida (assim como os teus olhitos!); o carinho e ar paternal do Hugo; as palavras tão sinceras e reconfortantes da minha Ana; e o sorriso maravilhoso e espírito aventureiro do Luís, nunca te esquecerei!
E estas são apenas as características que eu mais gosto em vocês. Pois existem muitas mais, mas foram estas que me marcaram, são estas que me farão recordar-vos na passagem dos dias, foram estas que fizeram de vocês os meus melhores e, atrevo-me a dizer, únicos amigos. Tenho muitos conhecidos, colegas, entre outros, mas nenhum deles atingiu o estatuto que vocês têm dentro do meu coração.
Obrigado por me terem ensinado a olhar a vida com outros olhos, a olhar a vida com mais alegria e descontracção. Vocês ensinaram-me a viver. Ou melhor, a reviver!
Acreditem que eu seria a pessoa mais feliz do mundo se me fosse permitido viver junto de vocês até ao fim dos meus dias. Seriam, sem dúvida, os melhores momentos da minha simples existência. Bastava-me ter-vos a vocês e mais três pessoas!
Mas a vida é assim! Prega-nos estas partidas.
Mas se algo ou alguém cruzou estas seis vidas, deve ter tido algum motivo e acreditem que devia estar inspirado quando o fez, pois o resultado deste “ cruzamento “ foi único e maravilhoso.
Espero poder-vos encontrar de novo!
Espero que não se esqueçam de mim!
Mas acima de tudo, e se por ventura não nos virmos mais, espero, do fundo do meu coração, que sejam felizes.
Não vos esquecerei!
Adoro-vos!

Liliana Matos, Lila, Lita, Lili…como me quiserem chamar!
24 De Maio de 2006

História de uma personagem em fuga

Este foi o primeiro texto que escrevi, com a plena consciência e vontade do que fazia...



Apetece-me partir! Partir para além do reino da confusão, onde não me deixam lutar pela vida.
Clara é o meu nome, mas todos me tratam por Clarinha. Nome de menina a quem lhe escreveram os versos da sua vida, onde a rima não pode faltar. Pois um verso sozinho, sem par, no mundo da poesia, é como um barco prestes a naufragar.
Todos, desde que nasci, me quiseram impor o vestido bonito, as idas à igreja, os bordados, o colégio, onde não podia falhar, o marido perfeito e até quase o ar que deveria respirar.
Mas, no meio de tudo isto, onde está o meu “eu”? Onde estão os meus erros com os quais devo aprender? Nunca os encontrei… Pois tenho nos olhos uma venda maternal da qual quero fugir, quero partir, quero voar!
Quero fugir por esse mundo fora onde possa construir o meu próprio poema, poema já começado, mas que vou apagar, para o poder edificar com os meus versos, com o meu verdadeiro ser.

Liliana Matos
17/02/04