terça-feira, 7 de abril de 2009

Não quero...

Não quero morrer sem voltar a viver com o coração livre, com o peito leve, sem este peso que me sufoca, sem esta angústia permanente…

Não quero morrer sem voltar a viver sem esta mágoa que carrego desde então…

Não quero morrer sem pelo menos viver um dia sem chorar…

Não quero morrer sem voltar a olhar “na cara”, para “os olhos”, ver-te sorrir e sorrir também…

Não quero morrer sem voltar a sentir-me completa…

Não quero morrer sem ser perdoada…

É isto que peço da vida…
O castigo que vivo todos os dias já é pena suficiente…
Por favor, não a deixes ser perpétua.

Liliana Matos
7 de Março de 2009
Dizem que tudo tem um princípio, um meio e um fim.
No princípio sei que não estou, pois já passou um ano e meio; no fim também não estou porque ainda escrevo (este texto é a prova disso). E como não sei quando será o fim (amanhã ou daqui a alguns anos), também desconheço se estou a meio, pois não sei se terei mais outro ano e meio pela frente.
Portanto, estou aqui. Algures num tempo qualquer.
Não tenho estado presente, é um facto. Mas sei que só devo estar quando realmente sentir necessidade, quando realmente me apetecer escrever. Hoje é um desses momentos: realmente apetece-me escrever.
E apetece-me porque ontem fechei mais um ciclo da minha vida. Fiz balanços e agora, gozando de um merecido descanso, já encontro tempo para reflectir, para me organizar e daí, surge então o tal apetite de escrita.
Não tenho muito a dizer: terminou o III e o IV. Mais uma vez existiram vários momentos – bons, excelentes, maus e péssimos. No entanto terminou. E é apenas isso que me apraz dizer.
Agora é iniciar o habitual processo de “esvaziamento”, a fim, de em breve, iniciar mais um ciclo.
São só ciclos e mais ciclos. Mas por agora é mesmo assim, em constante mudança, adaptação. Algo sempre a mudar, com pouco tempo para ser digerido, pensado, mas sem dúvida que é sentido, que deixa marcas, que nos modifica, que nos molda, que nos faz crescer.

Liliana Matos
6 de Fevereiro de 2009
Lancei o olhar para todos eles. Ali estavam todos perfilados. Olhei para um deles em especial, já sabendo o que iria encontrar nas suas páginas.
Peguei nele e, desenfreadamente, procurei. E lá estavam. As palavras escritas por TI. As TUAS setas. Sim, aquelas setinhas pequenas.
Toquei nas páginas, escritas por TI, com todo o cuidado, com toda a lentidão, com todo o carinho, imaginando que era na TUA face que tocava.
E então, fechei os olhos. Encostei a minha cara naquelas páginas e inspirei, buscando assim nas minhas memórias o dia, o momento, o local em que escreveste estas palavras.
É como um livro sagrado para mim.
Sagrado pelas marcas que deixaste nele.
O livro por si só já é grandioso, ao mesmo nível do seu autor – Eça de Queiroz.
Voltei a guardar o livro, religiosamente, como algo “mais do que” valioso…precioso…de valor incalculável.

Pensava que...

Pensava que ia tê-la para toda a vida e, afinal, ela partiu sem pedir autorização ao meu coração.
Partiu e deixou o vazio.
Perdi mais um pedaço de mim, um retalho da minha vida.
Custa tanto aceitar. Custa porque sei que nunca mais a terei junto de mim, no meu colo, a fazer-me companhia.
Infelizmente, partiu para sempre. Nunca mais a vou ver. E isso é aterrador.
Perdi-a.
Neste ano já perdi dois amigos: perdi um amigo há 7 meses que, felizmente continua na Terra, mas perdi-o como amigo. E agora perdi mais uma amiga. Uma amiga que, infelizmente não ficou na Terra, não está viva.
Perdi a minha “pequena companheira”…
E eu a pensar que ia tê-la para toda a vida.
Continua a doer como no primeiro segundo em que soube que te (vos) tinha perdido…


Liliana Matos
24 de Outubro de 2008

VOLTEI...

Há muito que não vinha aqui, no entanto não quer dizer que não tenha escrito ao longo destes 4 meses.
Fui escrevendo... aqui vão alguns desses exemplos...