quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

“HOJE”

Estava a “apaixonar-me”, mas o dia de hoje foi uma forte traição a essa relação que se estava construindo.
Quando terminou o dia, parei, pensei e concluí: “ Hoje foi mau”.
Tudo estava a correr tão bem. O “amor” não parava de crescer, como coisa que está fermentando. Coisa essa composta de pequenos nadas que se tornavam gigantes: olhares, toques (o tocar é fundamental), conversas ou mesmo silêncios. Estar ali para ouvir, falar e reconfortar quando uma lágrima, sufocada e desesperada, se soltava do seu angustiante cativeiro. Sentia o corpo exausto, mas a alma feliz, realizada. Estava a gostar tanto. Alguns doentes e familiares já me tinham dito (e continuam a dizer, felizmente. Por eles é que vale a pena) coisas tão lindas, que tocaram de mansinho no coração.
Mas hoje foi mau.
Bem sei que irei encontrar mais “hojes” (desculpem a expressão) ao longo da minha vida estudantil, profissional ou pessoal. Mas mesmo assim, tendo essa certeza, saí magoada, profundamente triste.
Hoje o cansaço da alma derrubou-me.
Embora saiba que o ser humano é um todo, cada vez mais percepciono a existência de duas “partes” (além do lado grande e pequeno J) em mim.
Hoje, uma dessas “partes” desistiu…cansou-se…ficou exausta.
Mas continuo aqui, pronta para o amanhã, pois independentemente da vontade de querer ou não “baixar os braços”, acho que me falta a coragem para tal. O caminho percorrido até aqui já é demasiado longo (mas nunca um caminho ou tempo perdido…já aprendi e recebi muito) e gratificante para o esquecer ou apagar da minha vida.
Até amanhã…prometo.



Liliana Matos
11 de Dezembro de 2007

1 comentário:

Anónimo disse...

O que é bom só o é, quando sentimos o mau. Tudo na vida é assim... mesmo os grandes "amores" nos angustiam e nos fazem sentir mal. É preciso seguir em frente sempre com vontade e determinação de dar o nosso melhor a quem precisa de nós. A esperança de que o AMANHÃ será bom e melhor, torna a vida mais "leve" e graciosa

LIBEL