sábado, 19 de fevereiro de 2011

Há coisas inexplicáveis...

Há coisas que são difíceis de agradecer... não por não sabermos como agradecê-las, mas sim por acharmos que o que temos para oferecer não ser suficiente.
Começou timidamente, despretensiosa. Foi crescendo...pedra sobre pedra...
Nunca me esqueço quando uma vez me disseste algo semelhante a isto: "Habitualmente não faço amigos tão depressa. Contigo está a ser diferente." Na altura nao atribuí a devida importância, ou melhor, não assimilei o real significado daquelas palavras. Agora, 5 anos (quase 6) passados desde que te conheci, tais palavras fazem total sentido.
Se, inicialmente, os nossos encontros eram o reflexo da disponibilidade de cada uma, a pouco e pouco foram sendo mais frequentes, passando a quase obrigatórios. Curiosamente tornámo-nos mais próximas quando deixámos de conviver diariamente. A distância não nos afastou... tudo se foi aproximando, intensificando, mais coeso. Afinal havia algo mais em nós que nos unia... nao iríamos ser apenas meras colegas de escola. Algo mais nos estava destinado.
Passaste a confidente, a ouvinte (uma das tuas maiores qualidades é saber ouvir. Não sei como me consegues ouvir tanto e dizer tão pouco... foste generosa!), companheira de passeios pela nossa cidade, presença assídua nos momentos doces (não podia deixar de referir os nossos gelados :) se reparares estiveram quase sempre presentes, fosse verão ou inverno, eles estavam lá. Os nosso gelados teriam tanto para contar...presenças mudas, silenciosas, tão bons ouvintes quanto tu, testemunhas dos laços que entre nós se atavam, que nos uniam... Os nossos gelados mereciam estas palavras =)
E não pára de crescer, de ficar forte.
Passámos ao contacto diário. Já faz parte do dia, não como obrigação ou rotina, mas sim como momento de descontracção, partilha, diversão, confidências, de debate de medos, dúvidas, conquistas, perdas...de tudo o que vai preenchendo cada lufada, cada inspiração das nossas vidas.
Hoje, entre tanta coisa que me fartei de te dizer (a maioria disparates), lembro-me de dizer isto já na despedida "Há coisas inexplicáveis...". É isso mesmo. O que me dás não tem explicação... o que temos... Que te faço eu pra te dares assim sem reservas, como se aquilo que vivo ou que me faz viver fosse fundamental pro teu viver? Que faço eu pra te empenhares nas minhas conquistas, como se das tuas se tratasse?
Por isto e muito mais, digo que há coisas difíceis de agradecer...
Não que estas palavras sirvam de forma de gratidão. Não, porque seriam pobres para tal função. Mas tinha que te as dizer...
Obrigada... Porque o inexplicável que me dás todos os dias, é o fundamental para eu ser muito, mas muito mais feliz!
Estarei sempre aqui...
Lila :)
Mosteirinho, 4 de Fevereiro de 2011

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

18 de Junho de 2010...

Naquele dia escrevi assim:

Aquilo que senti hoje ao ligar a televisão só me lembro de o sentir, de uma forma muito semelhante, quando Amália Rodrigues morreu. Admito que nunca apreciei a sua obra, mas apreciava o seu enorme papel, com um grande sentimento de patriotismo, em levar o nome do nosso país e do nosso Fado tão longe e com tanta qualidade e genuinidade. Nesse dia senti tristeza por ter desaparecido alguém que, na minha mente de então (mente de uma criança), nunca iria desaparecer. Gente dessa não podia desaparecer, pensava eu.
Hoje liguei a televisão... José Saramago morreu...
Diria que o sinal de pontuação com o qual mais me identifico é as reticências. Quando escrevo alguma coisa uso-as com muita frequência. Gosto do papel que desempenham: deixar que cada um continue a frase que iniciei. Aquela ideia de algo inacabado agrada-me. Agora quando escrevi "José Saramago morreu..." usei as reticências porque aquilo que ele representa não acabará. Mais do que nunca agradou-me usá-las. A morte do homem não correspondem de forma alguma, à morte e esquecimento daquilo que esse homem nos deixou.
Sem dúvida alguma que a escrita e leitura agradam-me muito mais que o Fado. Apesar disso, ambas as personalidades referidas deixam-me, ainda mais, orgulhosa em ser Portuguesa, em fazer parte do mesmo país que elas. Por isso, mesmo não apreciando o Fado de Amália, no dia da sua morte senti a mesma tristeza que agora sinto...
"Conheci" José Saramago no Memorial do Convento. Nesse livro passei a "conhecer" o Saramago que escrevia. Foi o primeiro encontro. Seguiram-se Jangada de Pedra, Caim, Ensaio sobre a Lucidez e, por fim, A Viagem do Elefante (encontro esse que ainda não terminou).
Fico triste. Mas, neste momento, acho que não podia haver melhor sinal de gratidão a esse grande escritor, do que escrever estas palavras... Todos, neste momento, do mais pequeno ao mais velho, devíamos estar a escrever... Escrever qualquer coisa. Fosse o que fosse, devíamos estar a escrever como forma de homenagear alguém que enquanto escreveu nos homenageava a todos nós Portugueses. Levando aos vários cantos do mundo aquilo que é só nosso, único, sem acordo ortográfico, que nos caracteriza e nos fornece identidade: a Língua Portuguesa.

domingo, 6 de junho de 2010

" Como tu disseste encaro tudo positivamente, pois a vida é bela. Dá-nos muitos desgostos, mas no fundo temos sempre outra porta, se levares a vida na desportiva e se tiveres calma e enfrentares os problemas com frontalidade e sem dramas... a vida é tão breve para estarmos nervosos com as coisas, por isso o melhor é que tudo seja belo..."
2006

Embora estas palavras já tenham alguns anos, e mesmo as condições em que foram ditas já não existam, continuam actuais...

Agora, neste momento, em que não consigo encarar as coisas com a "descontração" que me pedias, sinto mais a falta de tanto que ficou por viver desde então... parece que houve um corte no tempo... parece irreal... ainda custa a acreditar...

Porquê que coisas como aquelas nos acontecem? Porquê que aquilo tinha que acontecer a nós?

Custa cruzar -me na rua e fingir que és um desconhecido. A ti não te custa???

Nesses encontros fugazes deixo de ser eu... deixo de me conhecer ... deixo de saber quem sou...

...porque a Liliana nunca passaria por ti sem pelo menos sorrir...

Tenho muitas saudades...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Escolha

É em momentos como este em que nós, humanos, deparamo-nos com os nossos limites, medos, fantasmas, com as mais profundas dúvidas e os mais profundos dilemas que nos assaltam a alma.
É em momentos como este que sentimos que ficou tanto por fazer e outro tanto por dizer.
É em momentos como este que percebemos o verdadeiro significado de palavras que desde sempre ouvimos dizer, que são utilizadas por tudo e por nada, a qualquer instante, em qualquer contexto, desprovidas de qualquer sentido ou significado.
Se na presença também se pode viver a ausência; se na ausência, por vezes, vive-se a presença; é certo que na eminência da ausência, uma ausência sem data limite, não se é capaz de aproveitar o pouco que nos resta da presença. Perdemo-nos em sofrimentos antecipatórios... palmilhamos terrenos de um tempo que ainda não chegou. Mas, mesmo assim percorremos esses terrenos escuros como se a hora já tivesse chegado.
Prepararmo-nos para o que virá? "Aceitar"? "Conformar"?
Creio que no que toca ao sofrimento não precisamos de estágio, em jeito de preparação...
Custa... Dói... Aterroriza... Deixa-nos impotentes...
Por vezes, deixa-nos num estado em que queremos camuflar a situação, viver à margem dela. No fundo, e em bom Português, "tapar o sol com uma peneira".
Mas escolher esta opção não é de todo a solução.
Viver numa não realidade, numa meia verdade, viver uma irrealidade à margem do real, leva-nos a momentos de confronto com esse real. Confrontos nos quais não sabemos agir, isto porque não o estamos a viver em toda a sua plenitude: sentir a dor quando for para a sentir, chorar quando a nossa alma nos pedir, sentir o alívio após a tensão, o descontrolo.
Vivemos num sofrimento limitado, pensamos nós. Mas ele acabará por transbordar as barreiras por nós erguidas.
É difícil gerir o sofrimento. É difícil tentar escrever sobre ele. Não é coisa sobre a qual se criem leis, que o façam comportar-se da mesma forma, segundo a regra A ou B.
O sofrimento é subjectivo, não quantificável, único, pessoal e intransmissível. Aquela frase "Partilha o que sentes comigo!" não acontece. Quem sofre pode não partilhar tudo, assim como quem ouve pode não receber esse sofrimento libertado na sua totalidade.
Sofrer é um acto solitário, na sua verdadeira essência.
Pode existir um "Nós" que sofre acerca do mesmo acontecimento, mas será sempre um sofrimento colectivo composto por diferentes unidades, quantas esse "Nós" encerrar em si.
Tudo isto para dizer que escolhi viver à margem do real... isto porque não sou capaz de viver a verdadeira realidade. Tenho medo do que poderei encontrar. Estarei a limitar o sofrimento? Não sei... (que outra resposta poderia eu dar senão esta)
No entanto ficam as memórias. As memórias que a duração daquilo que vivi, até agora, me deixam guardar...
Guardo para mim aquilo que ambas as vidas viveram em conjunto...
- a primeira, e mais antiga, que me invade a mente é o pacote de bolachas azul... como recompensa da companhia;
- Depois tenho, em maior número, as mais recentes... Lembro-me, essencialmente, da despersonalização, da perda daquilo que foi e do que era, do nascer de um mundo próprio rodeado por altos muros difíceis de penetrar
- Por último, as do cuidar dela, do sofrimento mais agudizante.
Tenho pena de só recordar, com mais intensidade e clareza mental, a do pacote de bolachas azuis... (há dias constatei que já mudaram a embalagem. Já não é azul).
É assim o fim...
Um beijinho, caso não tenha coragem de o dar.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Foi há um ano...

Foi há um ano...
Já há algum tempo atrás lembrei-me desta data, minha pequena companheira, e reparei como o tempo passa depressa.
Ainda tudo parece tão recente, tão fresco no peito... e afinal já passou um ano.
Hoje olhei para o local onde estás... foi difícil...
Desde que deixaste de estar junto de mim, têm sido tempos difíceis. Parece que tudo o que de menos bom existia se iniciou aí, e nunca mais parou.
Sinto a tua falta todos os dias.
Mas hoje, foi especialmente doloroso.
Olhei para o local onde estás e doeu ainda mais.
De vez enquando revejo as tuas fotos... é uma forma de ficar mais perto de ti, de te imaginar e sentir outra vez junto de mim. Relembrar todos os momentos em que brincámos, todos os momentos em que adormeceste no meu colo, todos aqueles olhares em que tinha a sensação que conseguiamos comunicar, todos os momentos em que me pedias "colinho" , todos os "beijinhos" que partilhámos, por todos os momentos em que senti o teu pequeno corpo juntinho ao meu...
Tenho muitas saudades...
Fazes-me falta... :'(
Minha pequena companheira, onde quer que estejas só quero que saibas que foste uma das melhores coisas da minha vida... no meu coração estás junto de tudo aquilo que nunca será esquecido, por mais tempo que passe.
Não serás esquecida. Não deixarei que tal aconteça. Porque todos aqueles que são importantes para nós nunca deverão ser esquecidos. Devemos-lhe isso. Devo-te isso: manter presente a tua memória, mesmo contra todos aqueles (quer para evitarem sofrer ou não) que te querem esquecer.


Lembrar-te-ei para sempre ...

Um Beijinho muito grande para ti, minha pequena Xana

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

domingo, 9 de agosto de 2009

DESISTI DE TI... PARA SEMPRE...

FOI UM "TOLO AMOR"...

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Believe I wish you no destress

I wish you only well

I only sensed

That my heart as to move on

I feel so ugly, shy

Perhaps I should hold back

And force me on to lie

Foolish love

Soon will fall apart

Why can't ease

For a sleepless heart

To look at you could ease my pain

Could be enough for me

I've lost myself

As we lost one another

I wonder if you know

The way you reached my heart

And touched my alien soul

Foolish love

Soon will fall apart

Why can't ease

For a sleepless heart

Now

Foolish love

Soon will fall apart

Why can't ease

For a sleepless heart

Now

Soon

Foolish love

Soon will fall apart

terça-feira, 4 de agosto de 2009

FÉRIAS

Pois é... Há muito que não coloco aqui textos.
Na realidade não tenho escrito...
Não sei porquê...
Houve momentos em que achei que era por falta de tempo, mas agora, já de férias, os textos continuam a não surgir.
Há uns tempos atrás esta falta de "productividade" deixava-me um pouco inquieta. Agora, olho para ela com tranquilidade. Quando surgir a necessidade de escrever cá estarei pronta para a receber.
Até lá... boas férias :)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Início do VI

Ainda é tudo muito recente, ainda tudo é novidade, descoberta. No entanto, a pouco e pouco, vou sentindo que este lugar também é um pouco meu, assim como, eu também sou um pouco deste lugar.
Não posso dizer que tinha medo. Não. Medo nunca senti. Apenas curiosidade, com vontade de não me magoar com as várias situações que poderiam surgir. Acima de tudo não me queria desencantar já. Ainda não estou encantada, mas também ainda não me desencantei… Estou há espera de ser encantada.
Mas o que destaco é que apenas em três dias já me sinto um pouco adoptada. Adoptada pelos utentes.
O contacto é tanto, são tantos momentos do dia-a-dia passados em conjunto, que acabamos por nos ligar.
Acho admirável como os utentes baixam as suas “capas”, as suas “defesas”, as suas “armaduras” e nos incluem na sua vida ao partilharem connosco o como e o porquê de estarem ali. O que fizeram, quem foram e, acima de tudo, o enorme desejo de sair dali sãos e não voltar mais.
É uma constante contagem dos dias que já passaram e dos que ainda irão passar. Esses dias é que doem…
Não obstante, custa ouvir “este utente já é nosso conhecido”. O olhar destes entristece, pois vemos uma certa vergonha, um assumir das suas fraquezas, assumir que não foram capazes de resistir… reincidiram.
Mas são pessoas fantásticas. Com histórias que nunca pensei encontrar. Exemplos de uma vida estranha, madrasta, que teima em não se endireitar… Mas são pessoas fantásticas. São pessoas com as quais espero viver momentos únicos, divertidos, momentos de partilha, de confidências, momentos compensadores.
São estes momentos que, mais uma vez, me indicam que estou no meu caminho, num caminho certo, no caminho que realmente quero para mim. Um caminho de contacto com os outros, em que dê de mim e lhes seja útil. Só assim é que tudo na vida faz sentido.
Dar… dar um pouco de nós sem pedir nada em troca.


Pereiros (Coimbra), 17 de Junho de 2009

segunda-feira, 4 de maio de 2009

As minhas coisas

Há coisas de que preciso.
Preciso delas para continuar, para não desistir, para conseguir sonhar...
São essas coisas que me preenchem, que não me deixam esvaziar perante o dia-a-dia ou as grandes lutas, pois a força necessária a ambas é a mesma... só é necessário adequa-la, porque é tão devastador, provocando a total desorganização, um minuto de grande angústia, como longos anos de tristeza, de incerteza, de um completo vazio de objectivos e sentimentos.
Há coisas de que preciso...
Do vento, principalmente ao final do dia,
Do sol,
Do cheiro da minha terra,
De papel e algo para escrever,
De música,
De alguém disposto a me ouvir,
De falar,
De rir,
De não parar,
De parar de sofrer,
De continuar,
Das longas conversas ao romper da noite que agora me faltam,
Da família,
Da Ana,
Do Luís,
Da Estrelinha,
Da Luísa,
Do Miguel,
Da Cátia V.,
Do Frederico,
Da Dalila,
Dos que ando a descobrir,
Dos que me surpreendem todos os dias, enquanto os descubro,
Do perdão,
De viver...


Liliana Matos

terça-feira, 7 de abril de 2009

Não quero...

Não quero morrer sem voltar a viver com o coração livre, com o peito leve, sem este peso que me sufoca, sem esta angústia permanente…

Não quero morrer sem voltar a viver sem esta mágoa que carrego desde então…

Não quero morrer sem pelo menos viver um dia sem chorar…

Não quero morrer sem voltar a olhar “na cara”, para “os olhos”, ver-te sorrir e sorrir também…

Não quero morrer sem voltar a sentir-me completa…

Não quero morrer sem ser perdoada…

É isto que peço da vida…
O castigo que vivo todos os dias já é pena suficiente…
Por favor, não a deixes ser perpétua.

Liliana Matos
7 de Março de 2009
Dizem que tudo tem um princípio, um meio e um fim.
No princípio sei que não estou, pois já passou um ano e meio; no fim também não estou porque ainda escrevo (este texto é a prova disso). E como não sei quando será o fim (amanhã ou daqui a alguns anos), também desconheço se estou a meio, pois não sei se terei mais outro ano e meio pela frente.
Portanto, estou aqui. Algures num tempo qualquer.
Não tenho estado presente, é um facto. Mas sei que só devo estar quando realmente sentir necessidade, quando realmente me apetecer escrever. Hoje é um desses momentos: realmente apetece-me escrever.
E apetece-me porque ontem fechei mais um ciclo da minha vida. Fiz balanços e agora, gozando de um merecido descanso, já encontro tempo para reflectir, para me organizar e daí, surge então o tal apetite de escrita.
Não tenho muito a dizer: terminou o III e o IV. Mais uma vez existiram vários momentos – bons, excelentes, maus e péssimos. No entanto terminou. E é apenas isso que me apraz dizer.
Agora é iniciar o habitual processo de “esvaziamento”, a fim, de em breve, iniciar mais um ciclo.
São só ciclos e mais ciclos. Mas por agora é mesmo assim, em constante mudança, adaptação. Algo sempre a mudar, com pouco tempo para ser digerido, pensado, mas sem dúvida que é sentido, que deixa marcas, que nos modifica, que nos molda, que nos faz crescer.

Liliana Matos
6 de Fevereiro de 2009
Lancei o olhar para todos eles. Ali estavam todos perfilados. Olhei para um deles em especial, já sabendo o que iria encontrar nas suas páginas.
Peguei nele e, desenfreadamente, procurei. E lá estavam. As palavras escritas por TI. As TUAS setas. Sim, aquelas setinhas pequenas.
Toquei nas páginas, escritas por TI, com todo o cuidado, com toda a lentidão, com todo o carinho, imaginando que era na TUA face que tocava.
E então, fechei os olhos. Encostei a minha cara naquelas páginas e inspirei, buscando assim nas minhas memórias o dia, o momento, o local em que escreveste estas palavras.
É como um livro sagrado para mim.
Sagrado pelas marcas que deixaste nele.
O livro por si só já é grandioso, ao mesmo nível do seu autor – Eça de Queiroz.
Voltei a guardar o livro, religiosamente, como algo “mais do que” valioso…precioso…de valor incalculável.

Pensava que...

Pensava que ia tê-la para toda a vida e, afinal, ela partiu sem pedir autorização ao meu coração.
Partiu e deixou o vazio.
Perdi mais um pedaço de mim, um retalho da minha vida.
Custa tanto aceitar. Custa porque sei que nunca mais a terei junto de mim, no meu colo, a fazer-me companhia.
Infelizmente, partiu para sempre. Nunca mais a vou ver. E isso é aterrador.
Perdi-a.
Neste ano já perdi dois amigos: perdi um amigo há 7 meses que, felizmente continua na Terra, mas perdi-o como amigo. E agora perdi mais uma amiga. Uma amiga que, infelizmente não ficou na Terra, não está viva.
Perdi a minha “pequena companheira”…
E eu a pensar que ia tê-la para toda a vida.
Continua a doer como no primeiro segundo em que soube que te (vos) tinha perdido…


Liliana Matos
24 de Outubro de 2008

VOLTEI...

Há muito que não vinha aqui, no entanto não quer dizer que não tenha escrito ao longo destes 4 meses.
Fui escrevendo... aqui vão alguns desses exemplos...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Para a Joana ...

Viseu, 19 de Novembro de 2008
10h13:
O ser mais aguardado desta viagem, que se iniciou para os pais há 41 semanas atrás e que para mim se tinha iniciado há pouco mais de hora e meia, viu pela primeira vez o mundo.
A Joana nasceu!
Tudo o que de menos bom poderia existir momentos antes, desapareceu completamente com a chegada daquele pequeno ser.
O olhar cúmplice entre o pai e a mãe foi o que mais me comoveu. Foi um daqueles olhares que de tão simples e genuínos, se tornam belos. Só eles poderão saber o que “disseram” um ao outro com aquele olhar, mas eu “ouvi” um “Finalmente chegou o que tanto desejámos. Chegou a nossa menina. Está aqui o que de mais importante nos une.
Aquelas três entidades eram um só.
Partilharam carícias, breves e doces palavras e longos sorrisos, acompanhados de olhares luminosos, que contagiaram todos naquela sala.
Eu não conseguia parar de sorrir.
Agora, em retrospectiva, recordo-me de sorrir, sorrir, sorrir…
O momento não era propriamente meu, mas retirei um pouco dele para mim:
“Joana, foste o primeiro bebé que vi nascer. E isso tão cedo não irei esquecer.
Tudo foi ainda mais emocionante quando te colocaram nos meus braços, quando te colocaram nas minhas mãos.
Não consigo traduzir em palavras a sensação.
Só me lembro de querer muito sentir a tua pele na minha e aí apercebi-me que existia algo entre nós: umas luvas. Sim, umas luvas que não me deixavam vivenciar aquele momento de contacto com todos os meus sentidos.
Sabes Joana, outra coisa importante para mim foi ouvir o teu choro enquanto te tocava, te limpava, te vestia. Ouvir-te e sentir-te chorar foi sentir, ouvir, ver e tocar de perto na Vida… Na tua vida. Senti Vida nas minhas mãos e isso foi uma das coisas mais bonitas que senti até hoje.
Ver-te tão pequenina e aparentemente tão frágil despertou em mim a vontade de te proteger, de te dar o que de melhor eu sabia e tinha para te oferecer.
Aprendi contigo muitas coisas. Podes pensar que não, mas aprendi.
Aprendi como aluna de enfermagem: todos os cuidados que te tinha que prestar para te proporcionar a melhor adaptação a este novo mundo de que fazes parte; e aprendi como pessoa, como ser humano que não há nada mais bonito e importante do que a vida. Uma vida em que todos os momentos estejam repletos de carinho, de amor, de amizade, de ajuda.
Ensinaste-me tudo isto poucos minutos depois de nasceres.
Imagina tu! Tão pequena e já desempenhaste tão grande papel.
A partir deste momento de contacto, deste nosso “encontro”, passaste a ser para mim “a minha Joana”.
Porque foste a primeira…
Porque foste tão generosa comigo ao ensinares-me tanto…
Porque marcaste a minha vida…
Digo-te Obrigada!

Que sejas muito feliz. Que sejas uma grande mulher.
Muitos beijinhos.

Liliana Matos

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Início do III e IV

O III e o IV estão prestes a começar.
Desta vez vou até ao mundo dos mais pequenos. Desde aqueles que ainda não nasceram, passando pelos que acabaram de nascer e terminando naqueles que já andam por cá há alguns anitos ( não muitos é certo)
Que medo :s
Vamos ver quem controla quem :)
Vamos ver se sei lidar com os "mini terroris"(como alguém um dia me disse) e com os "terroris" :)

Mais novidades daqui a 10 semanas ;)

domingo, 26 de outubro de 2008

Lancei o olhar para todos eles. Ali estavam todos perfilados.
Olhei para um deles em especial, já sabendo o que iria encontrar nas suas páginas.
Peguei nele e, desenfeadamente, procurei.
E lá estava. As palavras escritas por ti. As tuas setas. Sim, aquelas setinhas pequenas.
Toquei nas páginas, escritas por ti, com todo o cuidado, com toda a lentidão, com todo o carinho, imaginando que era na tua face que tocava.
Fechei os olhos. Encostei a minha cara naquelas páginas e inspirei, procurando assim nas minhas memórias o dia, o momento, o local em que escreveste essas palavras.
É como um livro sagrado para mim.
Sagrado pelas marcas que deixaste nele.
O livro por si só já é grandioso, ao nível do seu autor - Eça de Queiroz.
Voltei a guardar o livro, religiosamente, como algo "mais do que importante" (reconheces?)...valioso...precioso...de valor incalculável.

Continua a ser PARA TI...pra vocês...

Pensava que ia tê-la para toda a vida e, afinal, ela partiu sem pedir autorização ao meu coração.

Partiu e deixou um vazio.

Perdi um pedaço de mim, um retalho da minha vida.

Custa tanto aceitar. Custa porque sei que NUNCA mais a terei junto de mim, no meu colo, a fazer-me companhia.

Infelizmente, partiu para sempre. Nunca mais a vou ver... e isso é aterrador.

Perdi-a!

Neste ano já perdi dois amigos: perdi um amigo há 7 meses, que felizmente continua na Terra, mas perdi-o como amigo. E agora perdi mais uma amiga, que, infelizmente, não ficou na Terra... não está viva.

Perdi a minha "pequena companheira"... e eu a pensar que ia tê-la pra toda a vida.

Continua a doer como no primeiro segundo em que soube que te tinha (vos tinha) perdido...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Para Ti...

Poderia escrever muito, mas neste momento a única coisa que te quero dizer...

NUNCA ME ESQUECEREI DE TI, MINHA "PEQUENA COMPANHEIRA "

Foste a coisa mais bonita que entrou na minha vida.
Nunca me vou esquecer dos teus "beijinhos"...
Nunca me vou esquecer da maneira que me pedias colo ...
Nunca me vou esquecer quando olhavas pra mim...
Vais estar sempre comigo...

Muitos Beijinhos, minha Xaninha!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Estava perdida.
Completamente só e perdida.
Chegaste de mansinho.
Deste-me a mão e guiaste-me até à luz.
Guiaste-me até ao resto da minha vida, que por momentos abandonei.


Obrigada "Estrelinha"


Este é para ti. Este é só teu

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Vida

Vivam a vida…
Não esperem com a confiança de que tudo aquilo que nos está destinado virá sem qualquer esforço, porque acho que somos nós que escolhemos aquilo que pensamos que já nos estava destinado. Não se trata de linhas já traçadas, mas sim de esforço em traçá-las.
Em certa conversa alguém disse: “Não basta dizer que se gosta, é preciso agir” (foste tu Ana). Agir parece-me o fundamental. Agir com o corpo, agir com a mente, não parar (tenho medo que a minha mente, um dia, se esqueça de agir, se canse de tal trabalho e que eu desapareça para o mundo como se caísse um véu intransponível em redor de mim, embora o meu corpo ainda esteja por cá. Assustador!). Só assim conseguiremos atingir a grande maioria dos nossos sonhos, dos nossos desejos mais íntimos, mais especiais, aqueles bem escondidos, que só em momentos de grande felicidade achamos que os iremos concretizar algum dia.
Encontrem a vida…
Nem que por breves momentos, mas encontrem-na. Quando tal acontecer vão-se sentir tão grandes, tão preenchidos, tão amados, tão únicos, tão humanos, sentindo cada pedaço do vosso corpo, cada batimento do coração, com uma enorme vontade de gritar ao vento que adoram a vida, com uma enorme vontade de pegar no Mundo com as mãos, lançá-lo ao ar fazendo-o rodopiar.

Vivam-na, encontrem-na…ela é vossa, ela é nossa, é de todos. Não desistam dela.



Liliana Matos
13 de Agosto de 2008
É interessante como a música, mais uma vez, me tira deste “jejum de escrita”.Desta vez foi Viva La Vida (o álbum), Coldplay



domingo, 6 de julho de 2008

Fim do II

Como prometido cá estou eu, após 2 meses (9 semanas, para ser mais precisa), a fazer o balanço do II.
Começou com a habitual falta de à vontade, medos e muitas dúvidas, mas a pouco e pouco foi crescendo. Com momentos menos bons e outros de grande valor e felicidade.
Vivi de tudo. Podem não acreditar, mas cada minuto é uma autêntica surpresa. Há sempre algo de novo. As rotinas são raras… pouco se repete. Portanto, é fundamental estar atendo e não deixar escapar qualquer momento. Sabê-los aproveitar.
Pressinto sempre os meus sentidos a fervilhar, em puro estado de alerta quando me encontro no meio hospitalar, em contacto com os doentes.
Ora, os doentes! Aspecto FUNDAMENTAL nestes nossos sopros de vida, vividos dentro daquele hospital. Por eles vale todo o esforço, todo o sacrifício, todo o trabalho, todo o cansaço, todas as lágrimas, todas as desilusões.
É lindo ouvir um sincero Obrigado, daqueles que vêm não do fundo da alma, mas apenas do coração. Basta virem do coração e nada mais. É tão compensador, tão reconfortante ver estampado no olhar a gratidão. São pequenos nadas feitos por nós, que despertam grandes sentimentos.
Todos os doentes são especiais à sua maneira, mesmo aqueles mais difíceis de conquistar, pois esses transformam-se num desafio ainda maior que ultrapassa a simples necessidade de prestação de cuidados de enfermagem. Mas sem dúvida que há aqueles que dificilmente esqueceremos.
Se no I o senhor C. marcou-me por um sorriso mudo carregado de palavras silenciosas a quererem brotar a todo o instante, agora, no II, a senhora G.S. é quem recordo com mais carinho. Recordo todas as conversas (assuntos que nunca pensei falar com alguém com 77 anos), todas as carícias, todos os olhares capazes de dizer tanto como as palavras, toda a boa disposição, toda a força e vontade de continuar a viver e todos os sorrisos, em especial aqueles que nunca faltavam mesmo nos momentos de maior sofrimento.
A pessoa com maior tranquilidade, em relação à sua postura durante a vida, que conheci até agora. Com uma paz e serenidade interior invejável, mas acima de tudo louvável.
Muito obrigada!
Haveria muito mais para dizer, mas prefiro ficar por aqui. Ficar neste doce e agradável aconchego da alma causado pela simples recordação da senhora G.S.

Liliana Matos


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Palavras

Há palavras que não devem ser ditas.
Há palavras que não deveriam ter permissão para serem proferidas. São de tal modo enganadoras que era preferível ficarem guardadas.
Há palavras assustadoras. Pois num relance, tanto nos mostram a beleza e o encanto, como nos fazem sentir excluídos da lista da possibilidade de um dos maiores desejos do Homem – ser feliz. São palavras angustiantes para quem as ouve e, muito provavelmente, de algum divertimento para quem as lança neste Mundo.
Há palavras que magoam, que sufocam, que derrotam, há palavras que (infelizmente) ficam por dizer ou que são ditas em excesso.
As palavras são feitas da mesma massa, mas adquirem diferentes formas, por isso é que o mundo das palavras é infinito. Há mil e uma formas diferentes de palavras.
Torna-se então fundamental ter a arte e o engenho (bom carácter, humildade, bondade, diria eu!) de construir belas formas e, contrariamente ao que uma grande maioria deseja, de não querer apenas possuir a fórmula secreta da massa das palavras.
Cada um de nós tem uma forma específica de criar as palavras, de transmiti-las, de partilhá-las. Mas alguns criam verdadeiras armas nucleares, transformam as palavras em armas de destruição maciça. Dessas palavras é que eu não gosto… ou melhor, as palavras não têm culpa do desonroso papel que lhe conferem. Eu não gosto é das pessoas que são capazes de usar tão nobres conquistas da espécie humana nas suas guerras hipócritas, às quais essas pessoas costumam chamar de vidas.

Liliana Matos

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sonho

Tenho este sonho.
Sonho com um dia. Um dia que sinto ainda muito distante, mas mesmo assim, sonho com ele.
Sonho com o dia em que Tu, cansado de tudo e de todos, sedento do meu pleno amor por ti, venhas para mim.
Farto da vida, venhas para mim. Para receberes todo o amor infinito que tenho para te dar.
E eu recebo-te. Recebo-te como não tivesse existido nada entre o momento que te amei pela primeira vez e o agora. Recebo-te com todo o meu ser. Dou-me sem reservas.
Sonho com este dia.
Com o dia em que eu seja tudo para ti.
E irei amar-te. Amar-te para sempre.
Sonho, apenas. Agora só me resta sonhar. Pois, infelizmente, mal te vejo. Não te tenho junto a mim. Muita terra, muita gente está entre nós, nos separa. Não te tenho aqui fisicamente.
Mas sonho. Sonho com o tal dia, daqui a muitos dias.



Liliana Matos
1 De Junho de 2008

Fiel

Sou fiel a algo que nunca existiu.
Mas por desejá-lo tanto, mantenho-me fiel. Mantenho-me fiel suportada por uma grande esperança. Esperança essa que por vezes é assombrada com a certeza que nunca vai acontecer.
Mas porque és especial… mantenho-me fiel.


Liliana Matos
18 de Maio de 2008

Simplicidade

Vejo os cumes das árvores serem banhados pelos últimos raios de sol, agitando os seus ramos como que a lhe dizer um “até já”, “até amanhã”. Sugam até à última partícula todo esse calor e luz emanados. Depois descansam.
Enquanto isso, “ela” dorme no meu regaço. Dorme tranquila, com toda a simplicidade que a sua condição lhe permite. Dorme numa paz invejável, numa paz intocável. Nem as leves carícias a despertam. Pelo contrário, fazem com que se aconchegue, se enrole. Movendo-se lentamente, no seu sono profundo.
Assim, tudo parece tão simples. Olho para “ela” e percebo a simplicidade em que vive… a simplicidade que invejo.

Que continues sempre aqui,
ao meu lado,
“minha pequena companheira”


Liliana Matos
17 De Maio de 2008

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Início do II

Amanhã começa o II.
Ainda me lembro tão bem do I, de cada pormenor, de cada instante.
Estou muito mais apreensiva agora. Talvez por pensar que esperam e espero muito mais de mim. Agora já não vou “às escuras”.
Claro que a dinâmica é diferente, que a maneira de estar também se altera, mas há posturas e modos de ser que nunca mais me deverão abandonar. Portanto, sinto-me um pouco mais ansiosa. Sinto um “não sei quê” que da primeira vez não senti.
Tento encarar este “não sei quê” como algo positivo, uma reacção do meu ser à necessidade de fazer melhor que o anterior, de me superar.
Não vale a pena pensar que este sentimento é negativo.
Tem que correr tudo bem. Melhor, vai correr tudo bem.
Daqui a dois meses farei o balanço deste II.


Enfermagem é vida…



Liliana Matos
4 de Maio de 2008

Yô-Yô Interno

Gosto de escrever, mas quando pego na caneta só escrevo coisas tristes, sofridas, magoadas. Parece um choro contínuo. Gostava de saber escrever coisas mais bonitas, mais alegres.
Além disso, acho que já se esgotaram os temas, pois escrevo sempre acerca do mesmo. Já não se encontra novidade nas minhas linhas. Provavelmente chegou ao fim, terminou…
Continuo sem saber nada acerca de tudo.
Ontem, enquanto falava com alguém, desabafei que continuava a sentir-me uma adolescente com aquela instabilidade interior tão característica. O que é certo, é que com os meus 20 anos também não sou adulta. Acho que é difícil definir em que patamar me encontro. Mas a falta de definição em si não me faz espécie, pois pouco me importa se ainda sou considerada adolescente ou se ainda não posso ser adulta. O problema é aquilo que sinto. Aquele meu yô-yô interno. Esse é que me incomoda.
É esse que me coloca em frente a uma folha e com uma caneta na mão.
Nem sei se lhe agradeça ou não…



Liliana Matos
29 de Abril de 2008

terça-feira, 22 de abril de 2008

Porque por vezes há momentos assim... :)




O diálogo que se segue é verídico.


E dizem que começou assim...


Lila: Sabes que até me faz algum prurido ( olha só a cientificidade desta sms) saber que não vou ficar com o pessoal com quem estagiei pela primeira vez. Se continuassemos juntos já estávamos habituados. Mas claro que percebo as vantagens de ir rodando...


Elisa "Estrelinha": Ai não?! Então não é ao calhas pelo pc?


Lila: Pois, por ser ao calhas é que se calhar há menos probabilidade de voltarmos a ficar juntos... digo eu!


Elisa "Estrelinha": Ah... Mas há sempre uma restia de esperança :D Eu no outro dia estive a pensar nisso também. Queria voltar a ficar contigo...


Lila: Eu também :)


Elisa "Estrelinha": :D Então vamos pôr vírus no pc xD


Lila: LOOL Bem, só tu para me fazeres rir tão audivelmente a esta hora, no silêncio do meu quarto ihih :p


Elisa "Estrelinnha": xD é a hora de aparvalhar... hehe


Lila: Sem dúvida... aparvalhar é que está a dar :p belo dia esse em que criámos a Associação de Pais, Amigos, Familiares e Outros Entes queridos dos que sofrem desta maleita do aparvalhamento :)


Elisa "Estrelinha": "Bota" maleita nisso, diacho :D Ligados por toda uma essência que é o acto de aparvalhar, passa de geração em geração, mas não atinge todos da mesma maneira...


Lila: LOOL :D Isso é para escrever logo abaixo do slogan (Aparvalhar é que está a dar). Assim em letra mais miudinha, em jeito de efeitos secundários hehe


Elisa "Estrelinha": E a etiologia?


Lila: Epa :) Boa pergunta... Tempo prolongado de aleitamento (só para rimar com aparvalhamento) durante o primeiro ano de vida... Mas diz mais, pode ter muitas causas, dado que se trata de uma maleita complexa. Digna de um Prémio Nobel da Enfermagem (é favor criar este) para quem a descobriu: NÓS :D


Elisa "Estrelinha": Mamámos muito, agora somos aparvalhadas. É de pequenino que se aparvalha o pepino xD


Lila: Ai Elisa... Eu já rebolo de tanto rir. Bem, esta conversa não pode ficar limitada só a nós. Vamos difundi-la. Vou recrea-la no meu blog... Vai rebentar com o estilo lamechas dos meus textos :) vai ficar excelente (ou não). Tratarei disso em breve, se não te opuseres.


Elisa "Estrelinha": LOOL ai que animação. E eu amanhã perco logo essa animação :\ Apoio totalmente. Vamos conquistar mundos e submundos :D


Lila: Qual quê?! Não vais perder nada. Isto é o início de um grande dia para ti. Com muitas alegrias ;)


Elisa "Estrelinha": :(


Lila: Mau!! O meu aparvalhometro verificou um decréscimo muito acentuado nos níveis atmosféricos e sanguíneos de aparvalhamento :p
Epa, isto é o pretexto para criarmos o tratamento! Ora diz lá.


Elisa "Estrelinha": Tratamento será então combater esses decréscimos. Mas com quê? Pensamentos positivos E.V. (endovenosos), chocolates per'os, pastilhas Aparv per'os :D


Lila: Excelente :D ninguém bate esta associação... epa, é que oferece logo tudo. É toda uma panóplia de informação acerca da dita maleita. Já vejo os sorrisos aparvalhados em todos os outdoors deste país.


Elisa "Estrelinha": LOOL ai, tu és demais :) e também como medida profilactica de infecções, surtos de gripe, acne e unhas encravadas. E também oferece tratamento conservador para os nossos doentinhos.


Lila: É isso aí :D vai ser o melhor post da infeliz vida do meu blog :p está demais.


Elisa "Estrelinha": Infeliz vida? na, na... é uma vida muito feliz a do teu blog. E com o aparvalhar ainda vai melhorar :D


Lila: Pois vai... opa, acho que vou aparvalhar, mas no modo offline - dormindo :p


E pronto... por esta altura já eram para aí umas 2h30.

É momentos como este que fazem falta na vida.

Ter a capacidade de rirmos juntos... Com os nossos Amigos.


Obrigada "Estrelinha"


:)


Liliana Matos

21 de Abril de 2008






segunda-feira, 7 de abril de 2008

Abri a janela...

O negro da noite chamou-me. Todos os dias ouço a sua voz a convidar-me para olhar o céu, para ouvir a sua música, para sentir o seu cheiro. Estou à janela e sinto ainda um frio na cara típico de uma tímida primavera que há pouco começou.

Inspiro. Inspiro daquela maneira especial que faço todas as noites. Inspiro tentando encontrar, no agradável e inconfundível odor que entra em mim, a lembrança de outras vezes em que também inspirei à janela desta mesma forma, com esta mesma intensidade.

Inspiro e revejo "aquele ano" tão querido, mas infelizmente já ido. Inspiro e sinto as lágrimas, por momentos, a invadir os meus olhos. "Aquele ano" faz-me ficar assim. Mas já terminou. Já o vivi. NÃO QUERO pensar mais nele. NÃO POSSO pensar mais nele. Mas aquele inspirar fê-lo voltar ao meu pensamento.

Já não vejo o céu, nem sinto a brisa fria no rosto, nem tão pouco ouço o cantar da escuridão ou sinto o seu cheiro.

Fechei a janela.

Liliana Matos

quarta-feira, 19 de março de 2008

"Asas(Humanas)"

(porque estava a ouvir “Asas(eléctricas)”- GNR )

Voar pelo Mundo. Nessa esfera rodopiante.
Voar bem alto…para o infinito. É necessário!
Cortar todos os laços, as amarras e partir.
Voar sem rumo ou rota. Voar para o vazio.
É necessário ser capaz de quebrar tudo até então e recomeçar.
Custa! Bem sei que custa! O Homem tende a acomodar-se como um passarinho no ninho: apenas se move ou dá sinais de vida quando o seu instinto de sobrevivência é “tocado” de alguma maneira.
Era tão mais simples sermos eternamente como o passarinho…era tão menos penoso.
Mas como ao passarinho, também foram dadas ao Homem asas para voar. Não daquelas que funcionam com as leis da física ou da aerodinâmica, mas sim com as leis da razão e, acima de tudo, com as leis do coração. As leis de um coração honesto, terno, quente, acolhedor, prestável, cuidadoso, ponderado, amigo e eternamente humano.
Voar sem medo, aproveitando esse tão agradável sossego da alma. Mas voar também com medo. Arriscar o voo mesmo tendo o ponteiro do combustível a tremer, a falhar, a atingir o derradeiro limite.
Voem com medo, pois só há duas resoluções possíveis: chegar ao destino ou cair.
A primeira é a ideal. Aquela onde nos encontramos e onde deixamos que nos encontrem. Mas se for a segunda a reinar sabemos que chegou o fim. Um fim com retorno incerto e improvável, quase de certeza impossível.
Quiçá, noutro Mundo, com uma outra forma (que tal um cubo?), seja possível ultrapassar a “tal segunda” e regressar da queda…

Liliana Matos

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A vocês

À Ana, por todos os segundos em que me ouviste com atenção, por todos os abraços deliciosos…

À Margarida, por todos os sorrisos que me destes, por todos os sorrisos que fizeste eu “soltar”…

Ao Hugo, pelas longuíssimas horas de conversa, por todo o carinho sem fim, por toda a esperança, todo o ânimo, toda a força, por toda a confiança, por seres quem és…

Ao Luís, por esse sorriso lindo, pelo apoio, pelo sentimento que fizeste nascer em mim, por todas as horas em que sorri por ti, por todas as horas em que chorei por ti, por todos os momentos em que pensei em ti, pela vontade de estar junto de ti, pelos abraços, pelo beijo…

Ao Nuno, pelos mais díspares sentimentos que a tua existência provocou na minha, tenham sido eles magníficos ou menos bons...

Cada um seguiu as suas vidas.
Vidas essas que agora são cada vez mais paralelas, ou seja, vivem nas imediações das outras, mas nunca se cruzam. Estou a ser radical, pois ainda vai havendo alguns pontos em que convergem.
Embora tudo tenha mudado em relação ao passado, é inegável a sua influência na minha vida. Mas mais do que a influência, destaca-se a sua importância, o seu valor.
Estas cinco pessoas fizeram-me feliz.
Faltam-me as palavras para vos demonstrar o enorme carinho que sinto por vós.
Queria-vos a todos, sempre junto a mim.
Obrigada por tudo quanto me deram, me ensinaram. Por tudo, sem excepções… o bom e o mau.


Liliana Matos
15 de Fevereiro de 2008

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Sentada

Sentada...
A luz bate em mim e aquece-me. Sinto o cheiro. Parece o cheiro do "meu verão", mas ainda só estamos em Fevereiro. Ainda tudo é tão curto, tão pequeno, tão simplicidade. Ainda lhe falta a complexidade e longevidade tão características dessa minha própria estação.
Mas gosto muito de todo este iniciar, de todo este despertar que me envolve, ficando eu embebida nesta lentidão e tranquilidade tão saborosas.
Estou comigo própria, acompanhada por mim, a falar comigo. Gosto disso. "Louca", diriam os outros se soubessem.
Hoje quebro quase todas as "minhas normas de escrita": escrevo a azul, e não a preto; não uso uma folha sem linhas (e quiçá ultrapassarei uma página como meu limite); é de dia e não de noite, a tal escuridão, local de perfeito encontro de almas; não estou a ouvir música alguma (bem, só o chilrear dos pássaros); e não estou sozinha, pois estou acompanhada por mim, na minha companhia.
Estou assim, a descançar no meu mundo. A vive-lo lentamente.
Estou...
Sentada.
Liliana Matos

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008


"Olhar além de nós, olhar dentro de nós, não importa"

Dois seres...duas realidades... a mesma vontade...

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Hoje fui invadida pelo monstro do consumismo.
Eu nem sei como foi possível :)
Logo eu que não gosto de fazer compras. Mas "aquilo" parecia que nunca mais acabava na carteira.
Olhei para os sacos e pensei: "Isto hoje está esquesito".
Nem me reconhecia :)
As coisas pareciam que nasciam como cogumelos à minha frente e eu ia gostando.
Enfim...
Não tinha mais nada de especial para escrever.
Mas senti-me uma consumista nata, perdida naquela catedral de consumismo(li isto em algum lado, não é da minha autoria).

Até sempre


Liliana Matos

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Quero

Quero estar perto.
Quero estar junto.
Quero estar.
Quero, mas não é possível.
“Imaginar”…talvez.
É difícil essa tarefa.
Mas quero e isso é o mais importante.
Mil emoções num só gesto, numa só palavra.
É bom sentir-me assim.


Liliana Matos
1 de Fevereiro de 2008

sábado, 5 de janeiro de 2008

Os primeiros de 2008

Os dias deste pequenote 2008, que agora está a crescer, estão a correr bem. Sinto-me bem. E sinto-me bem porque “estou de bem” comigo. Não ando em guerra comigo. E não ando em guerra comigo porque não me sinto pressionada (por mim ou pelos outros). E não me sinto pressionada porque estou a fazer algo que gosto, que me liberta, que me permite comunicar (falar como uma tagarela), estar com as pessoas. Sinto-me (quase) livre.
Afirmo que sofri por um (ou talvez muitos) qualquer passado, mas agora vejo que esse passado também teve um lado bom (é claro que teve! Eu é que não era capaz de o ver). Tenho recebido “frutos” em memória desse tal passado, do presente e do futuro que espero ainda viver. Os frutos daquilo que fui partilhando, recebendo, construindo, enfim, daquilo que fui vivendo.
É tão bom recordar… é tão bom recordar sem que o coração grite de dor.
Assim vale a pena, ou melhor, vale ainda mais a pena.
Disseram-me que o modo como escrevo é um pouco lamechas. Acredito que sim. Mas também não me importo que seja lamechas. Eu escrevo o que sinto, e se isso é lamechas que o seja.
Sou eu, Liliana Matos, e ponto final.


Liliana Matos
5 de Janeiro de 2008



terça-feira, 1 de janeiro de 2008

A vida viaja por trilhos que, por vezes, não escolhemos... podem ser bons ou maus...mas agora, é caso para dizer:
"É a primeira vez que estou a gostar de um equívoco..."
BOM ANO!!!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007



A Xana....

A minha gata....

A minha companheira... muitas vezes enquanto escrevo....

Tinha que lhe fazer esta homenagem....

domingo, 23 de dezembro de 2007

Senti-o chegar.
Entre o vento que soprava e as folhas que bailavam na sua derradeira queda, ele apareceu.
Apareceu timidamente.
Entre luzes e fitinhas, cheiro a canela e calor, entre risos e muito amor, eís que ele aparece.
Não vem acompanhado de manto branco...apenas e só do seu eterno amigo vento.
Apareceu ele assim...timidamente.
É assim há anos, mas, para mim, continua a ser sempre uma surpresa... como se fosse a primeira vez.
Então, abro-lhe a porta e deixo-o entrar.
Ele a pouco e pouco funde-se e confunde-se connosco, numa agradável comunhão, a que todos gostam de chamar Natal.
Para todos os que amo...
FELIZ NATAL
Liliana Matos
23 de Dezembro de 2007

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Se fosse vivo adoraria conhecê-lo...como tal não é possível, vou "conhecendo-o" pelos seus magníficos textos...
E identifico-me a cada palavra sua...
Este que se segue é um bom exemplo disso
Nas grandes horas em que a insónia avulta
Como um novo universo doloroso,
E a mente é clara com um ser que insulta
O uso confuso com que o dia é ocioso,
Cismo, embebido em sombras de repouso
Onde habitam fantasmas e a alma é oculta,
Em quanto errei e quanto ou dor ou gozo
Me farão nada, como frase estulta.
Cismo, cheio de nada, e a noite é tudo.
Meu coração, que fala estando mudo,
Repete seu monótono torpor
Na sombra, no delírio da clareza,
E não há Deus, nem ser, nem Natureza
E a própria mágoa melhor fora dor.
Fernando Pessoa
( O Grande)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007


" O Natal não é uma época...
é um estado de alma"
De mim para todos aqueles que fazem parte da minha vida...
Feliz Natal

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

“HOJE”

Estava a “apaixonar-me”, mas o dia de hoje foi uma forte traição a essa relação que se estava construindo.
Quando terminou o dia, parei, pensei e concluí: “ Hoje foi mau”.
Tudo estava a correr tão bem. O “amor” não parava de crescer, como coisa que está fermentando. Coisa essa composta de pequenos nadas que se tornavam gigantes: olhares, toques (o tocar é fundamental), conversas ou mesmo silêncios. Estar ali para ouvir, falar e reconfortar quando uma lágrima, sufocada e desesperada, se soltava do seu angustiante cativeiro. Sentia o corpo exausto, mas a alma feliz, realizada. Estava a gostar tanto. Alguns doentes e familiares já me tinham dito (e continuam a dizer, felizmente. Por eles é que vale a pena) coisas tão lindas, que tocaram de mansinho no coração.
Mas hoje foi mau.
Bem sei que irei encontrar mais “hojes” (desculpem a expressão) ao longo da minha vida estudantil, profissional ou pessoal. Mas mesmo assim, tendo essa certeza, saí magoada, profundamente triste.
Hoje o cansaço da alma derrubou-me.
Embora saiba que o ser humano é um todo, cada vez mais percepciono a existência de duas “partes” (além do lado grande e pequeno J) em mim.
Hoje, uma dessas “partes” desistiu…cansou-se…ficou exausta.
Mas continuo aqui, pronta para o amanhã, pois independentemente da vontade de querer ou não “baixar os braços”, acho que me falta a coragem para tal. O caminho percorrido até aqui já é demasiado longo (mas nunca um caminho ou tempo perdido…já aprendi e recebi muito) e gratificante para o esquecer ou apagar da minha vida.
Até amanhã…prometo.



Liliana Matos
11 de Dezembro de 2007

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

"A vida é uma coisa linda... não a posso desperdiçar com problemas "
Liliana Matos
Obrigado sr. C. por me ajudar a entender isto.
Tudo de bom para si.

sábado, 24 de novembro de 2007

Já lá vai

Já lá vai, infelizmente.
Já passou. Passou por mim e quase nem dei conta.
Jamais vai voltar a acontecer. Jamais vamos viver, sorrir, gritar, brincar, pular, chorar, corar, zangar, suar, rir, sentir da mesma forma…como naquele passado tão agradável para mim.
Infelizmente já lá vai.
Infelizmente nunca mais vai voltar, igual…
Tenho a sensação que nem irá ser parecido. Mas é assim a vida.
Vivemos e temos que correr o risco de jamais voltar ali, àquele momento, àquele olhar, àquele abraço, àquele beijo, àquele lugar.



Liliana Matos
16 de Novembro de 2007

Menino

Não o coloquei aqui quando o escrevi porque me pediram para não o fazer. Agora, tenho a certeza que é indiferente pô-lo aqui ou não.
Por isso decidi colocar.
Se ficares magoado... paciência...
Menino,
volta a sorrir como outrora.
Volta a contagiar todos com esse teu sorriso,
oh menino, que agora “choras”.
Menino,
não podes estar assim,
pois outros dependem de ti para também sorrir.
Menino,
com o teu olho azul assim molhado,
até parece que tudo chegou ao fim,
que tudo ficou inundado.
Pouco mais te posso dar,
senão um pequeno conselho,
de quem pouco sabe:
Encontra em ti o tesouro,
que te deixará sorrir de novo,
oh “minino d’ouro”.

Liliana Matos
28 de Outubro de 2007

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Não sei que nome dar










Não tenho nenhum motivo em especial para escrever, ou melhor, tenho mas não é igual ao que habitualmente me coloca frente-a-frente com a folha branca, límpida, à espera de ganhar a forma que cada um lhe quiser dar.
Hoje escrevo simplesmente para ver a caneta deslizar suavemente no papel. Gosto tanto de ver nascer as palavras. Adoro o acto de escrever. Adoro este jogo de movimentos. Movimentos da minha mente que se expressam pelos movimentos da minha mão, da minha caneta.
Outra particularidade é a cor da tinta da caneta. Prefiro o preto. Não sei porquê, mas tenho a leve sensação que atribui às minhas palavras um “estatuto” diferente.
Além disto, costumo escrever ao som de músicas. Neste preciso momento isso também não é excepção. A música é bela (Ruínas, de Rodrigo Leão). Proporciona-me um sobrevoo pelo campo dos meus sonhos, dos meus desejos.
Outro aspecto curioso é que apenas gosto de utilizar uma só página, pois o simples virar da folha, para continuar a escrever, desata as ligações do meu raciocínio. Por isso, aviso já que estou quase a atingir o limite do meu tempo de antena ou de escrita, se preferirem.
É assim o meu ideal de escrita.
Ah, não me podia esquecer de outro pormenor importante. Escrevo essencialmente à noite, sem ninguém por perto.
Estou a duas linhas (imaginárias, pois a folha não as possui) de acabar.
Não tendo mais para acrescentar…digo até sempre.


Liliana Matos
10 de Novembro de 2007

sábado, 10 de novembro de 2007

O encanto perdido

Partilhámos tanto (ou pelo menos eu partilhei) e, em menos de nada, tudo se evaporou, deixando um vazio de incerteza, de insegurança, de não confiança.
Bastaram breves palavras para tudo se dissolver nas lágrimas que imediatamente desceram a minha face.
“Perdeste a magia”, foi o que lhe disse. E perdeu. Por mais que tente pensar que não, foi perdido um agradável encanto.
É triste olhar para trás, para o passado, e ver as diferenças, a mudança.
Tenho uma imensa mágoa, um imenso peso no peito.
Tenho pena de perder algo que eu achava intocável, que nunca iria se alterar.
Mas mudou.
Mudou, mudou, mudou… e agora?
Sinto-me tão diferente, muito mais desamparada.
Que tudo corra bem… é a única coisa que desejo.



Liliana Matos
9 de Novembro de 2007

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

A primeira vez que escrevi acerca desta face da minha vida.... demorou, mas escrevi



Ainda ONTEM éramos uns “amarelinhos”, únicos e sem igual, pelas ruas da cidade, e HOJE passámos a ser iguais a tantos outros que se confundem no preto que o “escalão superior” nos atribui.
Braços no ar, cabelos e corpo bem “regados”, aí íamos nós com um grande sorriso nos lábios, no então ido 31 de Outubro de 2006.
Momentos de alegria que o puro passar do tempo não conseguirá (nem ousará) apagar.
Sob uma qualquer voz de comando (quiçá a voz interior de cada um de nós) reunimo-nos em frente à objectiva, deixando assim estampado no tempo a imagem que agora se mostra.
A plenos pulmões gritámos: “ A praxe é super, hiper, mega, re-fixe”, finalizando com o tão peculiar “ SIC Radical” (atentem nos dedos no ar que assim o comprovam).
Mas já passou. E como diz o “meu” grande Pessoa, através das palavras de Reis: “Tudo é efémero”.
Tudo passa como um rio que teima em não querer fazer uma pausa nos momentos que mais desejamos.
Podem achar hipócritas estas palavras, mas ontem, ao ver os “novos amarelinhos”, senti uma saudade… senti uma vontade de voltar atrás.
Olhem uma última vez para nós, principalmente aqueles que duvidam do que seremos capazes (vocês sabem ao que, ou melhor, a quem me refiro)
Aguardem-nos! “ O Futuro da Enfermagem em Portugal” está aí… e está para durar.

Até sempre!
SIC Radical :)

Liliana Matos
7 de Novembro de 2007

P.S.1 – Bem sei que nesta imagem não estamos todos, mas é a única que possuo em que está um maior número de pessoas da nossa turma.
Mas todos, os tais 68 (por vezes 69 :), quando estamos com o CP), fazem parte do tal “ Futuro da Enfermagem em Portugal”.
Por isso, se me permitem, lanço o desafio: Vamos tratar de tirar uma “pelingrafia” TODOS juntos.
Se ainda não nos achamos um grupo há que caminhar nesse sentido. A tal “pelingrafia” pode ser um começo… digo eu!

Como diria a Susanita : “Saudações Académicas”

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Quando virem um espaço, por mais pequeno que seja, em que eu possa ser feliz, digam-me.
Estou farta da desilusão, da frustação...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

O meu segredo

Sabem um segredo? Queria ser grande. Mas não digam a ninguém! E sabem porquê? É que todos pensam que já cresci, mas só eu sei que ainda sou pequena, por isso é que peço que guardem este segredo.
Sou tão pequena que normalmente tudo me deixa com medo, a tremer. Os outros quando olham para mim só vêem o lado de fora, e esse sim, tem aspecto de grande, mas quase ninguém vê para dentro de mim…quase ninguém vê quão pequena sou.
Engano bem!
Ou será que os outros preferem ser enganados? Se calhar vêem-me pequena, mas demonstram que não dão conta. Afastam o olhar, fugindo disso. Será?
Oh, nada disso me importa! Eu só queria era ser mesmo grande!
Tão grande ao ponto de tocar com o cabelo no tecto do Mundo!
Aí sim, tudo ficaria claro! Pois o sol seria como uma flor no meu cabelo, que iluminava tudo à minha volta. Uma flor linda, brilhante, quente… que me faria feliz!
Se fosse grande, bastava-me esticar o braço e apanhar uma estrela para fazer companhia ao sol do meu cabelo. E sabem porquê? Todos precisam de companhia, de um amigo. Ninguém gosta de estar sozinho. Eu que o diga, pois o meu lado grande, o tal de fora, tem companhia, mas o de dentro, o pequenino, está sozinho. E porquê? Porque quase ninguém sabe que ele existe.
Por isto é que eu queria ser grande! Assim parece que ando partida em dois pedaços…um visível e outro que se esconde. E sabem porquê? Olhem, eu não sei…


Liliana Matos
15 de Outubro de 2007
Vem tu.
Vem abraçar-me.
Vem apertar-me contra o teu peito,
e deixar-me adormecer assim
até parar de chorar,
de soluçar.
Se te tivesse aqui agora…
Se estivesses aqui não te largava,
como coisa minha.
Estaria a usar-te?
Não sei…
Só queria o momento,
esquecendo se usava ou não.
Mas queria-te agora…aqui.
Diz que me adoras!
Mesmo que seja mentira quero que o digas,
só para me sentir melhor.
Egoísta?
Pois sou,
neste momento sou.


Liliana Matos
7 de Outubro de 2007

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Agora aproxima-se uma nova fase na vida de alguém que me é próximo. Depois de eu entrar nessa mesma fase, há mais ou menos um ano atrás, escrevi…
(Só espero que não sintas o mesmo… Eu sei que não. Tu és mais forte.)


Por vezes, pior que não saber o que se quer, é não estar feliz com o que se quis e escolheu. É algo terrível de sentir. Sentir que a escolha feita não foi a mais acertada, pelo menos para já.
É um turbilhão de emoções que não sei descrever. Apenas sinto-as!
Será que vou ser feliz com esta escolha? Será que não serei mais uma frustrada no meio de tantas outras que, infelizmente, existem neste Mundo? Será que algo ou alguém me poderia dizer como vai ser? Eu sei que não é possível, mas sinto-me tão mal… tão mal que penso que deveria ser aberta uma excepção.
É loucura… sim, este discurso é uma autêntica loucura. Nada se pode fazer senão viver para ver o resultado. Mas será que vale a pena viver nesta situação só para ver, então o resultado? Não sei!
Queria estar junto daqueles que tornam tão agradáveis as minhas tardes de sextas-feiras! Nessas tardes garanto-vos que “toco” na felicidade extrema. Nessa felicidade almejada por tantos e atingida por tão poucos. Eu nessas tardes faço parte dos “poucos” que, graças a seres ímpares e formidáveis como os “5 Mosqueteiros”, alcançam a felicidade e, acima de tudo, alcançam a razão de querer continuar a viver.


Liliana Matos
29 de Outubro de 2006


Agora, com o devido distanciamento que o deixar correr do tempo nos oferece, verifico que fiz a escolha certa.
Quero Cuidar de todos os que de mim necessitem.
Porque uma das melhores coisas da minha vida são vocês…

Sinto o “frio”. Aquele que me rodeia, que me envolve até à raiz do meu ser. Parece que desapareceu a alegria e a felicidade. O “frio” é tal, que deixamos de encontrar a alegria de viver, a vontade de rir e de ser feliz. Perdemos o gosto pela vida, pelas mais simples situações do quotidiano. Já não conseguimos sorrir.
Mas quando vivemos momentos em que estamos junto daqueles que mais queremos, que nos fazem felizes, que nos fazem sorrir, que nos fazem viver, esquecemos o “frio” e somos capazes de derrubar tudo aquilo que se atravessa no nosso caminho.
Mais uma vez, mas sem nunca me cansar, o meu muito obrigada.
Horas magníficas aquelas em que estivemos todos juntos. Juntos como outrora, em que tudo era perfeito, sem mágoa, sem tristeza, sem ressentimentos, sem arrependimentos.
Mas o importante é que estivemos juntos. Partilhámos mais um pedaço da nossa história, da nossa vida.
Espero que a partilha seja para sempre. Que nunca acabe.
Vi sorrisos lindos nas vossas caras, vi vontade de estar ali (é a vontade que nos move, como à Passarola).
Obrigada por me fazerem tão feliz.

Liliana Matos
9 de Setembro de 2007
Sem dúvida, a melhor coisa que encontrei até hoje…


A primeira vez que a vi (já lá vão 4 anos), tendo a consciência que os próximos anos da minha vida passavam por ela, estremeci de medo.
Que sítio era aquele que eu própria tinha escolhido!
Tive medo, não gostei.
Agora que a vejo, só me apetece entrar nela e permanecer o mais tempo possível.
É a minha segunda casa.
Eu dizia, em jeito de brincadeira, que se quisessem encontrar-me era muito fácil: estaria algures na ESEN ou em direcção a ela. Por isso, o ideal era aguardar lá que eu acabaria por aparecer.
A ESEN! A minha ESEN.
Deu-me tanto e eu tão pouco a ela. Deu-me pessoas que não quero perder, formou-me enquanto cidadã, enquanto mulher, enquanto ser humano.
Falo nela com uma nostalgia que, por mais que tente evitar, faz sempre “saltar” uma (ou mais) lágrima.
Na ESEN passei o meu “Cabo (s) das Tormentas”, mas sem dúvida que vivi as recompensas da “Ilha dos Amores” (a de Camões, não a outra).
Faltam-me as palavras para agradecer tudo.
Passei ali momentos únicos, cintilantes.
É caso para dizer: “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”.
Obrigada ESEN.
Estaremos sempre ligadas por mil laços invisíveis (“O essencial é invisível para os olhos” – Saint-Exupéry).
ESEN para sempre!

Liliana Matos
4 de Setembro de 2007

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Na tal conversa catártica surgiu isto...

"Mas és tu que caminhas, são as tuas mãos que tocam nas nossas. Tu existes. Só isso é a coisa mais importante de tudo"
N.M.
Nada mais é preciso dizer!

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O que escrever?

O que escrever? Há muito que não o faço! E até devia estar contente, pois tinha chegado à conclusão que só o fazia quando me sentia menos bem. Mas não estou…
Será que a tal “veia” entupiu? Será que o “colesterol da sociedade, da minha vida” se decidiu alojar nas suas paredes, tornando-a quase ineficaz na sua tarefa? Mais uma vez, não sei.
Até tenho sentido medo por esses tais textos, que de um modo geral saíam facilmente, agora serem escassos, mas hoje decidi fazer um esforço. Porventura, um esforço inglório por ser forçado, forjado, pouco natural.
Agora que releio este texto, à medida que cresce, salta-me na mente e à vista a palavra “medo”.
Recentemente, vivi um óptimo momento de conversa, de partilha, de confidências, de amizade acerca deste sentimento. Aquela conversa foi catártica. Revelei nela algo que (quase) inconscientemente guardo do resto do mundo. Não sei bem porque guardo, mas tive a certeza do desejo de o partilhar nessa conversa. Senti que a outra pessoa tinha o direito de conhecer esse meu “jardim secreto”. Senti-me segura e protegida ao fazê-lo. Obrigada!
Mas eu estava no “medo”. Acho que continuo a tê-los, mas estou cada vez mais a aprender a viver com eles.
Comecei este relato com uma dúvida (o que mais poderia ser!), mas termino-o sabendo o que responder a essa questão: escrevo, se necessário para sempre, o valor de “vocês” na minha vida, a importância da presença de “tu” e mais “tu”, nisto a que me habituei chamar de “eu”.
Para sempre caminhando ao vosso lado, para sempre tocando nas vossas mãos… para sempre.

Liliana Matos
23 de Agosto de 2007

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

As coisas mudaram

As coisas mudaram. E como quem tem medo do “novo”, buscas e rebuscas, acabando por te agarrares aos baús…das memórias! Sim, das memórias. As memórias são como cada pedaço do teu corpo. Se tas tirassem deixarias de existir.
Já tentaste tudo, mas não deixas de pensar no passado, não deixas de desejá-lo, não deixas de amá-lo como sendo o teu primeiro amor. Aquele que, por mais voltas que a vida dê, fica alojado para sempre em nós…nas nossas entranhas.
O passado é, para ti, como um vício. Já não sabes viver sem ele. E as memórias são o corpo desse teu vício. Por mais que tentes, elas não te abandonam.
Já tentaste tudo, mas não consegues arrancá-las de ti. Elas sugam-te toda a vontade de enfrentar o futuro.
E tu deixas! Deixas, olhando serena (talvez não!) para isso.
Ajudem-me, por favor! É a única coisa que tu, que agora sou eu, sabes dizer. Nada mais…apenas Ajudem-me!

Liliana Matos
10 De Abril de 2007

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Tenho as mãos frias

Num dia em que realmente tinha as mãos frias escrevi...
Tenho as mãos frias.
Tenho as mãos frias, amor,
e tu nem dás por isso!
Tenho as mãos frias
da distância que nos separa.
Tenho as mãos frias,
da tristeza que me preenche,
enquanto Tu te esvazias.
O Tu que existia dentro de mim,
quer fugir do meu corpo.
Quer partir…sem se importar,
com as feridas que vai deixar.
Tenho as mãos frias, amor.
Tenho as mãos frias da ânsia de te querer,
da ânsia de te procurar em vão.
Tenho as mãos frias, meu amor,
E o coração, infelizmente, começa a querer parar…
por te ver ir…
e com a certeza que nunca mais vais voltar.

Liliana Matos
22 De Março de 2007

sábado, 11 de agosto de 2007

A minha Terra

Num dia de muito sol e muito vento (dois elementos da Natureza que me cativam, que me inspiram)...
Não me canso de olhar, de ouvir, de cheirar, de sentir todo este ambiente que me rodeia.
Esta brisa na cara, tão singela e carinhosa, faz-me bem e, principalmente, feliz. Transmite-me uma paz dourada.
Dourada é a imagem que vejo. Dourada porque o sol bate nas folhas, nos troncos, na terra…e torna tudo luminoso.
Junto ao dourado “vive” o verde da natureza…calma e baloiçante.
Para terminar a tríade colorida, há o azul do céu. Azul que “beija” suavemente o horizonte.
Assim é esta terra onde vivo, onde me encontro, onde me curo de todos os males…
Ela é dourada, verde e azul…É assim que a vejo e a entendo.
Aqui tudo pode ser simples e sem novidade, mas só o é assim para aqueles que não a vivem intensamente…Que não colhem dela a essência da vida.
Esta minha terra é a minha pedra filosofal…pois para além do elixir da vida, dá-me também o da tranquilidade.
Obrigada!


Liliana Matos
29 de Julho de 2006

quinta-feira, 9 de agosto de 2007


“ Por vezes ajudo as pessoas a viver, às vezes ajudo-as a morrer, porém ajudo-as sempre…sou enfermeira”

Reggy, Anderson

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O dia lá fora

Num dia que tinha sido chuvoso do mês de Abril de um dado ano, olhei para o céu e escrevi...
O dia lá fora chorava. Chorava e gritava enraivecido. Depois, de muito barafustar, acalmou. Agora está com um ar calmo. Parece um menino bem comportado, que nada tem a ver com o outro, de algumas horas atrás. Está todo luminoso e com um tom rosado no seu pequeno rosto, de um dia que está a chegar ao fim. Esse dia, que agora parece um anjo, está a preparar-se para desaparecer atrás das montanhas e dormir.
Está calmo. Transmite uma paz capaz de engolir todo o ódio, toda a mentira, toda a raiva e toda a guerra do mundo. Com esse seu singelo aspecto é capaz de os derrotar a todos.
Não precisa de parecer forte ou belo. Apenas tem que ser ele próprio, para conseguir “virar” o mundo e torná-lo um sítio melhor. Na verdade não tem que ser um sítio melhor ou pior, o dia apenas tem que conseguir viver nele feliz para sempre, a sorrir.

Que sejas sempre como o dia!
(Para a Daniela)

Liliana Matos
12 De Abril de 2007

In Memórias - 31 de Junho de 2006

Já escrevi este texto há algum tempo, mas sinto que está quase sempre actual na minha vida.
Quem me dera ter o conhecimento absoluto acerca de tudo! Assim não vivia nesta “ignorância”, nesta “escuridão”!
Por piores que sejam as situações, algo ainda mais constrangedor é o vazio, é a solidão...o nada.
Parece que vivemos só porque o nosso organismo ainda realiza todas as funções vitais. Pois se não as realizasse, já não estaríamos aqui…
É difícil de descrever, mas é o que sinto. Parece que não temos direito à alegria e felicidade…parece que nunca mais chega a meta…parece que corremos sem sair do mesmo lugar…parece!
É como trabalhar no vazio, sem nunca receberes o “feedback” ou recompensa.
Só me apetece parar e descansar! Mas agora é que reparo que ainda nem começou. Vai ser extenuante!
Continuo igual a mim mesma, mas cada vez menos me reconheço. Já não sei como irei reagir…se irei gostar, se não irei aguentar. Como a maioria das vezes “não sei nada acerca de tudo”.
Já não encontro em mim as características de outrora!
Já não me encontro…devo estar a mudar tanto…mas que sentido faz a mudança se, para já, não vejo vantagens!
É angustiante! Mudas e não consegues parar, nem tão pouco controlar!
Pelo menos, eu devia ter alguma palavra a dizer…oh relógio imparável!
Quando decidires parar, se calhar, já serei tão estranha a mim própria, que nem me reconhecerei.
Mas ainda tenho memórias. É a elas que me agarro com unhas e dentes, para não “esquecer-me”.
São elas que continuam a dar algum sentido ao desconhecimento total…
Vou parar para dormir!

Liliana Matos
31 de Maio de 2006
Um dia alguém me disse isto...
achei de uma simplicidade magnífica, de uma beleza esmagadora.
Obrigada, a ti!
“ Como tu disseste eu encaro tudo positivamente, pois a vida é bela. Dá-nos muitos desgostos, mas no fundo temos sempre outra porta, se levares a vida na desportiva e se tiveres calma e enfrentares os problemas com frontalidade e sem dramas… a vida é tão breve para estarmos nervosos com as coisas, por isso o melhor é que tudo seja belo…”

Nuno
(Algures durante o 12º ano – 2005/2006)

Para os 5 Mosqueteiros

Porque a vida nos dá vida, e a minha vida passa pelos meus amigos, aqui está uma pequena homenagem a Eles.
Obrigada por tudo!!
Olá!
Aqui estou uma vez mais “agarrada” ao papel. Faz-me feliz e liberta-me! Aqui posso ser verdadeiramente a Liliana, sem regras, sem máscaras, sem medos.
Espero que não se aborreçam por ouvir estas palavras, pois eu sei que elas podem ser chatas, mas acreditem que são de extrema importância para mim. Cá vai!
Não gosto, e tenho a sensação que nunca gostarei, de despedidas. Mas, como muitos de vocês dizem, isto não é um adeus. Pode ser só um “até já” (…) se todos assim o quisermos.
Adoro-vos aos cinco. Já não concebo a minha vida sem vocês! Pode parecer exagerado, mas acreditem que é verdade.
Jamais esquecerei os amuos matinais da Guida, além do teu ar leve e alegre; o amor que o Nuno tem pela vida (assim como os teus olhitos!); o carinho e ar paternal do Hugo; as palavras tão sinceras e reconfortantes da minha Ana; e o sorriso maravilhoso e espírito aventureiro do Luís, nunca te esquecerei!
E estas são apenas as características que eu mais gosto em vocês. Pois existem muitas mais, mas foram estas que me marcaram, são estas que me farão recordar-vos na passagem dos dias, foram estas que fizeram de vocês os meus melhores e, atrevo-me a dizer, únicos amigos. Tenho muitos conhecidos, colegas, entre outros, mas nenhum deles atingiu o estatuto que vocês têm dentro do meu coração.
Obrigado por me terem ensinado a olhar a vida com outros olhos, a olhar a vida com mais alegria e descontracção. Vocês ensinaram-me a viver. Ou melhor, a reviver!
Acreditem que eu seria a pessoa mais feliz do mundo se me fosse permitido viver junto de vocês até ao fim dos meus dias. Seriam, sem dúvida, os melhores momentos da minha simples existência. Bastava-me ter-vos a vocês e mais três pessoas!
Mas a vida é assim! Prega-nos estas partidas.
Mas se algo ou alguém cruzou estas seis vidas, deve ter tido algum motivo e acreditem que devia estar inspirado quando o fez, pois o resultado deste “ cruzamento “ foi único e maravilhoso.
Espero poder-vos encontrar de novo!
Espero que não se esqueçam de mim!
Mas acima de tudo, e se por ventura não nos virmos mais, espero, do fundo do meu coração, que sejam felizes.
Não vos esquecerei!
Adoro-vos!

Liliana Matos, Lila, Lita, Lili…como me quiserem chamar!
24 De Maio de 2006

História de uma personagem em fuga

Este foi o primeiro texto que escrevi, com a plena consciência e vontade do que fazia...



Apetece-me partir! Partir para além do reino da confusão, onde não me deixam lutar pela vida.
Clara é o meu nome, mas todos me tratam por Clarinha. Nome de menina a quem lhe escreveram os versos da sua vida, onde a rima não pode faltar. Pois um verso sozinho, sem par, no mundo da poesia, é como um barco prestes a naufragar.
Todos, desde que nasci, me quiseram impor o vestido bonito, as idas à igreja, os bordados, o colégio, onde não podia falhar, o marido perfeito e até quase o ar que deveria respirar.
Mas, no meio de tudo isto, onde está o meu “eu”? Onde estão os meus erros com os quais devo aprender? Nunca os encontrei… Pois tenho nos olhos uma venda maternal da qual quero fugir, quero partir, quero voar!
Quero fugir por esse mundo fora onde possa construir o meu próprio poema, poema já começado, mas que vou apagar, para o poder edificar com os meus versos, com o meu verdadeiro ser.

Liliana Matos
17/02/04