terça-feira, 13 de novembro de 2007

Não sei que nome dar










Não tenho nenhum motivo em especial para escrever, ou melhor, tenho mas não é igual ao que habitualmente me coloca frente-a-frente com a folha branca, límpida, à espera de ganhar a forma que cada um lhe quiser dar.
Hoje escrevo simplesmente para ver a caneta deslizar suavemente no papel. Gosto tanto de ver nascer as palavras. Adoro o acto de escrever. Adoro este jogo de movimentos. Movimentos da minha mente que se expressam pelos movimentos da minha mão, da minha caneta.
Outra particularidade é a cor da tinta da caneta. Prefiro o preto. Não sei porquê, mas tenho a leve sensação que atribui às minhas palavras um “estatuto” diferente.
Além disto, costumo escrever ao som de músicas. Neste preciso momento isso também não é excepção. A música é bela (Ruínas, de Rodrigo Leão). Proporciona-me um sobrevoo pelo campo dos meus sonhos, dos meus desejos.
Outro aspecto curioso é que apenas gosto de utilizar uma só página, pois o simples virar da folha, para continuar a escrever, desata as ligações do meu raciocínio. Por isso, aviso já que estou quase a atingir o limite do meu tempo de antena ou de escrita, se preferirem.
É assim o meu ideal de escrita.
Ah, não me podia esquecer de outro pormenor importante. Escrevo essencialmente à noite, sem ninguém por perto.
Estou a duas linhas (imaginárias, pois a folha não as possui) de acabar.
Não tendo mais para acrescentar…digo até sempre.


Liliana Matos
10 de Novembro de 2007

1 comentário:

Anónimo disse...

Para quem não tinha inicialmente motivo para escrever e apenas queria ver a caneta deslizar e o jogo de movimentos que fazem nascer as palavras no papel (sem escrita no verso!), a Liliana concebeu um dos posts mais belos que já tive a oportunidade de ler na blogosfera: singelo, intimista, simples, atento à minúcia de pormenores (ou «pormaiores»?), dos apontamentos tão introspectivos...
Vou relê-lo e... até sempre!
ALM