sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O que escrever?

O que escrever? Há muito que não o faço! E até devia estar contente, pois tinha chegado à conclusão que só o fazia quando me sentia menos bem. Mas não estou…
Será que a tal “veia” entupiu? Será que o “colesterol da sociedade, da minha vida” se decidiu alojar nas suas paredes, tornando-a quase ineficaz na sua tarefa? Mais uma vez, não sei.
Até tenho sentido medo por esses tais textos, que de um modo geral saíam facilmente, agora serem escassos, mas hoje decidi fazer um esforço. Porventura, um esforço inglório por ser forçado, forjado, pouco natural.
Agora que releio este texto, à medida que cresce, salta-me na mente e à vista a palavra “medo”.
Recentemente, vivi um óptimo momento de conversa, de partilha, de confidências, de amizade acerca deste sentimento. Aquela conversa foi catártica. Revelei nela algo que (quase) inconscientemente guardo do resto do mundo. Não sei bem porque guardo, mas tive a certeza do desejo de o partilhar nessa conversa. Senti que a outra pessoa tinha o direito de conhecer esse meu “jardim secreto”. Senti-me segura e protegida ao fazê-lo. Obrigada!
Mas eu estava no “medo”. Acho que continuo a tê-los, mas estou cada vez mais a aprender a viver com eles.
Comecei este relato com uma dúvida (o que mais poderia ser!), mas termino-o sabendo o que responder a essa questão: escrevo, se necessário para sempre, o valor de “vocês” na minha vida, a importância da presença de “tu” e mais “tu”, nisto a que me habituei chamar de “eu”.
Para sempre caminhando ao vosso lado, para sempre tocando nas vossas mãos… para sempre.

Liliana Matos
23 de Agosto de 2007

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa, Lili! Não há como fazer a aprendizagem da conversação para exorcizar esse e todos os outros medos... O medo é tb um estímulo de sobrevivência e protecção e toda a coragem só existe como superação do medo; ou seja, sem medo não havia coragem!
Boa Feira de S. Mateus :)
Bjis,
ALM